- Carlos Guglielmeli / Foto: Reprodução
Delação de Lúcio Funaro deixa Cunha sem outra saída, a não ser delatar também

Os benefícios decorrentes da delação premiada são proporcionais ao que de novo e importante para elucidação de crimes for oferecido pelo pretenso colaborador, por isso Eduardo Cunha está apressando o rascunho de suas revelações, pois uma delação do doleiro Lúcio Funaro poderia esvaziar a sua própria ao mesmo tempo que lhe deixa sem chances de liberdade tão cedo.
Funaro é considerado o operador de cunha no esquema de arrecadação de propinas e lavagem desse dinheiro, consequentemente os elementos oferecidos por ambos devem coincidir, por isso já se fala até em “delação casada” de ambos.
A colaboração do doleiro já é tida como certa, baseado em seu último interrogatório, quando entregou elementos que ajudaram a substanciar a prisão de Gedel Vieira Lima e também e pelo fato dele ter sido transferido para a carceragem da Polícia Federal, de onde ficaria mais fácil elaborar o acordo.
Mesmo que o advogado de Cunha, Délio Lins e Silva Júnior negue, as evidências e o relato de pessoas próximas indicam a disposição de Cunha em fechar o acordo de colaboração. Ele tem uma sala reservada no Complexo Médico-Penal para conversar com seus advogados, e já elaborou algo em torno de 100 anexos com revelações, disse uma dessas pessoas.
Para que sua oferta fique interessante para a justiça, analistas avaliam que Cunha deve se sobressair a Funaro, envolvendo diretamente o presidente Temer, os ministros Eliseu Padilha (casa Civil), Moreira Franco (Secretaria Geral) e o senador Romero Jucá (PMDB-RR).
Notícias dão conta que a interação entre as denúncias de Cunha e Funaro sé esperada pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, para que o mesmo apresente a próxima denúncia contra Temer no STF (Supremo Tribunal Federal), dessa vez com mais robustez.